Guia prático do Síndico para o acionamento e atendimento de autoridades
- BRCondomínio

- 4 de set.
- 5 min de leitura
Administrar um condomínio hoje é gerenciar pessoas, processos e decisões que impactam toda uma comunidade. Síndicos e administradoras também precisam dar garantia de segurança, lidar com conflitos entre moradores e estar preparados para situações em que a polícia precise ser acionada. Entender como agir nesses casos ajuda a proteger o condomínio, os moradores e a própria administração.
Este guia foi preparado para orientar síndicos e administradoras desde o momento em que uma denúncia chega até a atuação policial, mostrando como agir com segurança, eficiência e respaldo legal.
Responsabilidade do síndico e da administradora na segurança do condomínio
O síndico não é apenas o gestor das contas e das áreas comuns. Ele é o responsável por garantir que todos sigam as regras do condomínio e que o espaço seja seguro para todos. Isso significa agir quando há desrespeito às normas ou risco à segurança.
Negligenciar essas responsabilidades pode trazer problemas sérios. Reclamações ignoradas sobre barulho constante, falhas de manutenção ou situações de perigo podem gerar responsabilização civil do síndico. Em casos mais graves, há até implicações criminais.
Por isso, síndicos e administradoras devem conhecer seus deveres e estar preparados para lidar com situações que envolvam a polícia.
Tipos de denúncia em condomínio: da barulheira à violência
Antes de acionar a polícia, é importante diferenciar os tipos de denúncia e considerar que, em muitos casos, o morador deve ser previamente notificado e ter a chance de corrigir a situação. O síndico também deve saber diferenciar os tipos de denúncia:
Denúncia: informar a polícia sobre uma situação suspeita ou ilegal. Pode ser anônima, útil para proteger quem reporta. A autoridade é responsável por investigar.
Queixa-crime: formal e envolve intenção de processar judicialmente alguém.
Para síndicos, a denúncia anônima é uma ferramenta estratégica, permitindo reportar problemas sem assumir riscos legais.
O guia prático: linha do tempo da denúncia à chegada das autoridades
Para organizar a ação com facilidade, preparamos um material que o síndico pode ter sempre em mãos. Clique e baixe o nosso guia prático para facilitar a tomada de decisão em situações de emergência.
Veja a seguir um passo a passo completo, desde o recebimento da denúncia até a atuação da polícia, garantindo a segurança do condomínio e a proteção legal do síndico e da administradora.
Passo 1: Receber e avaliar a gravidade da denúncia
O primeiro passo na gestão de ocorrências no condomínio é receber a denúncia com atenção. O síndico ou a administradora deve:
Registrar todos os detalhes fornecidos pelo denunciante.
Avaliar a urgência da situação: é uma infração interna ou envolve risco imediato à vida?
Determinar se a ação interna do condomínio é suficiente ou se a polícia deve ser acionada.
Essa análise inicial evita decisões precipitadas e protege o condomínio juridicamente.
Passo 2: Acionar as autoridades (conheça os números de emergência)
Se a situação for grave e envolver risco à vida ou flagrante delito, o síndico deve acionar a polícia imediatamente. É essencial que ele e os funcionários da portaria tenham os principais números de emergência à mão:
Polícia Militar: 190 – emergências e flagrantes
Corpo de Bombeiros: 193 – incêndios ou desastres
Polícia Civil: 197 – investigação de crimes já ocorridos
Central de Atendimento à Mulher: 180 – violência doméstica
Disque Direitos Humanos: 100 – denúncias de violações de direitos
Ter esses contatos visíveis e treinados aos funcionários agiliza a resposta em situações críticas.
Passo 3: O papel do síndico na chegada das autoridades
Quando a polícia chega ao condomínio, o papel do síndico é colaborar sem interferir na ação. As orientações incluem:
Solicitar identificação dos agentes e verificar credenciais.
Designar um funcionário para acompanhar a ação e fornecer informações corretas.
Se houver denúncia formal, fornecer registros, imagens e provas já documentadas.
Evitar intervir diretamente ou negociar com infratores. A função principal é facilitar a ação das autoridades e proteger os moradores.
Essa postura ajuda a manter a segurança condominial e protege o síndico de responsabilidades legais.
Passo 4: Documentar tudo para proteção legal
Registrar todas as ocorrências de forma detalhada é essencial. Cada detalhe deve ser registrado no Livro de Ocorrências, físico ou digital, como o do BRCondomínio. As informações devem incluir:
Data, hora e unidade envolvida
Descrição objetiva dos fatos
Ações tomadas pelo síndico ou funcionários
Testemunhas presentes
Evite julgamentos ou adjetivos. Por exemplo, em vez de “o morador foi desrespeitoso”, escreva “o morador recusou-se a reduzir o volume do som após solicitação”.
O Livro de Ocorrências digital do BRCondomínio centraliza todos os registros, facilita a comunicação com a polícia e garante que as provas sejam armazenadas de forma segura e acessível.

Como lidar com situações comuns em condomínios
Barulho e perturbação do sossego
Reclamações por barulho excessivo ou desrespeito às regras internas são comuns. O síndico pode:
Aplicar advertências ou multas conforme a convenção e o regimento interno.
Orientar moradores sobre as regras e prazos para resolução.
Acionar a polícia em casos extremos e recorrentes, se necessário.
Atividades ilícitas
Suspeitas de tráfico ou outras práticas ilegais exigem abordagem discreta. O síndico deve:
Evitar acusações diretas, tratando a situação como incômodo coletivo.
Chamar a polícia se houver ameaça aos moradores.
Fornecer provas solicitadas formalmente, garantindo respaldo jurídico.
Violência doméstica
A legislação exige que síndicos e administradoras notifiquem casos de violência doméstica contra mulheres, crianças, adolescentes ou idosos. Exemplos:
Distrito Federal – comunicação em até 24 horas (Lei nº 6.539/2020)
São Paulo – Lei nº 17.406/2021 prevê punição para omissão
Minas Gerais – PL 344/23 em tramitação para regulamentar notificação obrigatória
A notificação pode ser feita de forma anônima, protegendo o denunciante e garantindo que o condomínio cumpra suas obrigações legais.
Boas práticas para síndicos e administradoras
Educação e comunicação preventiva: informar moradores sobre regras e consequências ajuda a reduzir conflitos.
Treinamento de funcionários: porteiros e zeladores devem saber como agir diante de situações de risco ou emergência.
Planejamento e protocolos internos: procedimentos claros para denúncias, acionamento da polícia e registro de ocorrências aumentam a eficiência e segurança.
Consultoria jurídica: manter contato com advogados especializados garante orientação segura em situações complexas.
Uso de tecnologia: sistemas digitais para registro de ocorrências e monitoramento facilitam a gestão e a proteção legal.
Com essas práticas, o condomínio se torna mais seguro, os moradores se sentem protegidos e o síndico atua com respaldo legal.
Lidar com denúncias e situações que envolvem a polícia é uma das tarefas mais delicadas para síndicos e administradoras. A chave está em combinar atenção, colaboração e registro detalhado. Agir com cautela, conhecer os limites legais e manter documentação organizada protege o condomínio, os moradores e a própria administração.
O Livro de Ocorrências digital do BRCondomínio é uma ferramenta essencial, centralizando registros, facilitando a comunicação e garantindo que todas as evidências sejam armazenadas de forma segura. Síndicos devem sempre priorizar a segurança, evitar intervir diretamente em conflitos, acionar a polícia quando necessário e cumprir obrigações legais de notificação, especialmente em casos de violência doméstica.
Este guia serve como referência prática, mas em situações de risco elevado, a orientação de um advogado especializado em direito condominial continua sendo a forma mais segura de agir.











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