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Como adaptar o condomínio para a nova diretriz nacional de locais com SAVE?

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    BRCondomínio
  • há 6 dias
  • 5 min de leitura

O tema da mobilidade elétrica deixou de ser “assunto de futuro” para se tornar uma realidade concreta no Brasil. Com a chegada cada vez mais rápida dos carros elétricos e híbridos às garagens, os condomínios se tornaram palco de um desafio inédito: como adaptar estruturas antigas a novas demandas de energia, segurança e convivência?


Até pouco tempo, a ausência de normas específicas gerava insegurança tanto para síndicos quanto para moradores. Afinal, quem responde em caso de incêndio causado por uma estação de recarga? O condomínio pode proibir a instalação de carregador individual? Quais investimentos são obrigatórios?


No dia 26 de agosto de 2025, o Conselho Nacional de Comandantes-Gerais dos Corpos de Bombeiros Militares (LIGABOM/CNCGBM) trouxe uma resposta oficial: a publicação da Diretriz nacional sobre ocupações destinadas a garagens e locais com Sistemas de Alimentação de Veículos Elétricos (SAVE).


Essa norma promete ser um divisor de águas na gestão condominial, fornecendo um guia de padronização de segurança. Mas como toda mudança estrutural, já chegou cercada de polêmicas e desafios práticos.


O que a diretriz para locais com SAVE estabelece?

A diretriz não trata apenas dos carregadores em si, mas de toda a infraestrutura de segurança contra incêndio, ventilação e elétrica que deve ser obrigatória em ambientes onde esses equipamentos estejam presentes.


Para novos empreendimentos

Projetos aprovados a partir da vigência da norma deverão incluir:

  • Sistema de detecção de incêndio em toda a garagem.

  • Sprinklers automáticos (chuveiros de combate a incêndio).

  • Ventilação mecânica com extração de fumaça e calor, projetada para casos de emergência.

Ou seja: quem estiver construindo novos prédios já deve prever estruturas modernas de combate e prevenção.


Para edifícios já construídos

A norma é ainda mais exigente. A instalação de novos carregadores só será permitida se houver:

  • Sprinklers interligados ao sistema de hidrantes.

  • Sistema de detecção de incêndio.


Instalações elétricas projetadas e mantidas de acordo com normas técnicas como:

  • NBR 5410 (instalações elétricas de baixa tensão).

  • NBR 17019 (infraestrutura de recarga de veículos elétricos).

  • NBR IEC 61851-1 (sistemas de carregamento de veículos elétricos).


Alguns cuidados para execução do plano de instalação

  • Sistema elétrico: a norma permite o uso de sistemas monofásicos ou trifásicos, mas o trifásico é mais indicado por especialistas. Ele distribui a carga entre três fases, suporta maior potência e reduz o risco de sobrecargas.


  • Tomada: Para os fins desta diretriz, admite-se somente a utilização dos modos de recarga 3 e 4 conforme a NBR IEC 61851-1; (Segundo a diretriz)

Modo 3

Conexão permanente à rede de CA (wallbox).

Com função Piloto-Comando. Requer uma caixa montada na parede.

Máximo 32A / 63A, 250V / 480V. Potência de 3,7 kW a 43 kW.

Alto. Proteções e circuitos de controle integrados na wallbox.

Modo 4

Conexão à rede de CA ou CC.

Com função Piloto-Comando. Usa carregador externo (não no veículo).

Permite velocidades significativamente maiores.

Muito alto. O carregador externo gerencia toda a segurança e comunicação.


Ilustração comparando carregamento de carros elétricos no Modo 3 (ponto de recarga em parede) e Modo 4 (estação de recarga rápida em corrente contínua).
Modos de carregamento de veículos elétricos: o Modo 3 utiliza pontos de recarga fixos com proteção e controle, enquanto o Modo 4 é a recarga rápida em corrente contínua.  Créditos: eMobile BALS

  • Instalação: sempre realizada por profissional qualificado, garantindo segurança e conformidade.


  • Priorize componentes de qualidade: use quadros elétricos, disjuntores, fusíveis e DPS de alto padrão para proteger contra sobrecargas e curtos-circuitos.


Por que tanta polêmica?

A reação do mercado foi imediata. Entidades como a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) e a Abravei classificaram a norma como:

  • “Desproporcional” – ao exigir sprinklers mesmo em garagens com apenas um único ponto de recarga.

  • “Inviável” – pelo alto custo de adaptação para prédios antigos.

  • “Discriminatória” – por tratar os elétricos como risco maior que os veículos a combustão.


De fato, estudos apresentados pelos próprios Bombeiros em workshops prévios mostraram que os carros a combustão têm 61 vezes mais chances de pegar fogo do que veículos elétricos.


Então por que a exigência tão rigorosa?O argumento técnico dos Bombeiros é que incêndios envolvendo baterias de lítio são diferentes: difíceis de conter, liberam gases tóxicos e exigem controle imediato. Assim, mesmo sendo menos frequentes, quando acontecem, podem ser mais perigosos.


O embate está posto: de um lado, a segurança máxima. Do outro, a viabilidade econômica e o risco de desvalorização imobiliária.


O impacto direto para os condomínios

1. Financeiro

A instalação de sprinklers, ventilação mecânica e detecção de incêndio pode custar milhões em prédios de médio porte. Esse valor será rateado entre os moradores, impactando o bolso de todos.


2. Jurídico

Caso um acidente ocorra em uma garagem com carregadores irregulares, a responsabilidade será concorrente: tanto dos proprietários quanto do condomínio. Para o síndico, isso significa risco de responder civil e criminalmente por omissão.


3. Social

A decisão sobre instalar ou não carregadores pode gerar atrito entre moradores:

  • Quem não possui carro elétrico pode se sentir prejudicado pelos custos.

  • Proprietários de elétricos podem exigir o direito de instalação como parte da modernização.


4. Mercado imobiliário

  • Condomínios sem infraestrutura tendem a perder valor de mercado.

  • Empreendimentos novos que já se adaptarem terão maior valorização.


O que o síndico deve fazer na prática?

O síndico não precisa dominar a engenharia elétrica, mas deve agir de forma estratégica: compreender os riscos, tomar decisões embasadas e, sobretudo, contar sempre com o suporte de profissionais habilitados:


  1. Levantar informações

    • Há moradores interessados em instalar carregadores?

    • O prédio já possui alguma infraestrutura elétrica compatível?

    • O Corpo de Bombeiros do estado já adaptou a norma?


  2. Convocar assembleia

    • Qualquer decisão que envolva custos e mudanças estruturais deve passar por votação.

    • O regimento interno precisa ser atualizado com regras claras sobre uso dos pontos de recarga.


  3. Contratar profissionais habilitados

    • Engenheiro eletricista ou empresa especializada para elaboração de projeto.

    • ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) registrada no CREA.


  4. Documentar tudo

    • Comunicar formalmente os condôminos.

    • Guardar laudos, atas e relatórios técnicos.


Manter registros de manutenção e inspeção.


Duas mulheres em frente a um carro elétrico, uma delas conectando o veículo a uma estação de recarga.
A mobilidade elétrica já faz parte do dia a dia e é necessário um carregamento prático e acessível para veículos em estações modernas.

Como o BRCondomínio apoia essa gestão

A diretriz exige uma gestão organizada e transparente, e o BRCondomínio é o sistema ideal para isso. Pela plataforma web, o síndico centraliza documentos, atas e relatórios de forma segura. Já no aplicativo, tanto gestores quanto moradores têm acesso rápido a comunicados, registros e informações financeiras, garantindo clareza em cada etapa:


  • Registrar e arquivar atas de assembleia relacionadas à norma SAVE.


  • Enviar comunicados digitais para todos os moradores com informações sobre obras e adequações.


  • Controlar o rateio de despesas de forma clara, evitando mal-entendidos.


  • Manter histórico de manutenções e inspeções, acessível a qualquer auditoria.


  • Gerenciar reservas de vagas para pontos de recarga.


  • Usar o livro de ocorrências digital para registrar incidentes relacionados à garagem.


  • Realizar votações online com segurança e registrar os resultados diretamente no sistema.


Isso tudo protege a gestão de acusações de omissão e fortalece a imagem do condomínio como moderno e seguro.


O futuro da convivência condominial

Os carros elétricos já são parte da paisagem das grandes cidades. Em breve, serão comuns também nas cidades médias. A diretriz SAVE é apenas o primeiro passo de uma série de mudanças que ainda virão no campo da legislação e da engenharia. Síndicos que se anteciparem a essas exigências terão uma vantagem estratégica:


  • Evitam passivos legais.

  • Mantêm o condomínio valorizado.


Demonstram uma gestão moderna, atenta e responsável.


Essa é a melhor hora para modernizar sua administração com o BRCondomínio. Fale com um consultor.

A publicação da Diretriz Nacional para locais com SAVE inaugura um novo capítulo na vida condominial. Apesar das críticas, ela oferece o que faltava: clareza e parâmetros técnicos para lidar com um tema que já é realidade.


O síndico, mais uma vez, está no centro do desafio: equilibrar segurança, custos e convivência. Mas com informação correta, planejamento financeiro e ferramentas de gestão como o BRCondomínio, é possível transformar esse desafio em oportunidade de modernização e valorização do patrimônio coletivo.


E você, síndico, já está preparado para conduzir seu condomínio nessa transição para o futuro da mobilidade?


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