Carros elétricos nos condomínios: como se preparar para a instalação de pontos de recarga?
- BRCondomínio
- 11 de abr.
- 5 min de leitura
Atualizado: 16 de abr.
O número de veículos elétricos no Brasil está crescendo de forma expressiva. De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o país ultrapassou a marca de 200 mil veículos eletrificados leves em circulação em 2024, e a previsão é que esse número continue subindo ano após ano. Essa transformação no setor automotivo também impacta a infraestrutura urbana e, claro, os condomínios residenciais. Afinal, onde há garagem, em breve haverá a necessidade de um ponto de recarga.
Mas como os condomínios devem se preparar para essa nova realidade? A instalação de carregadores elétricos em prédios e condomínios horizontais pode gerar dúvidas, conflitos e, se não for bem gerida, até custos desnecessários. Neste artigo, explicaremos tudo o que síndicos, administradoras e moradores precisam saber para organizar essa mudança de forma segura, planejada e eficiente.
Por que os condomínios precisam pensar nisso agora?
Mesmo que o seu condomínio ainda não tenha um morador com carro elétrico, essa hora pode chegar em breve. A procura por veículos eletrificados tem aumentado não só entre os consumidores com alto poder aquisitivo, mas também nas faixas de entrada, com modelos mais acessíveis chegando ao mercado.
E quando um morador decide adquirir um carro elétrico, surge a primeira pergunta: “onde vou carregá-lo?”. Em muitos casos, a solução lógica é a própria garagem do prédio. No entanto, sem planejamento e infraestrutura adequada, a instalação pode causar sobrecarga no sistema elétrico do edifício, disputas entre condôminos e dificuldades de cobrança da energia consumida.
Por isso, é fundamental que o condomínio se antecipe à demanda e planeje a adaptação de forma preventiva.
O que diz a legislação sobre o tema?
Até o momento, não há uma legislação federal específica que obrigue os condomínios a instalar carregadores para carros elétricos. Porém, alguns estados e municípios já discutem projetos de lei nesse sentido, e a tendência é que novas regras surjam nos próximos anos.
Um exemplo é o Projeto de Lei 158/2025, que propõe alterações no Código Civil para permitir a instalação de pontos de recarga por condôminos, mesmo sem a aprovação da maioria da assembleia, desde que observadas as normas técnicas e segurança.
Além disso, a norma ABNT NBR 5410 deve ser seguida em qualquer modificação elétrica em condomínios. Ela trata da instalação de sistemas elétricos de baixa tensão, exigindo critérios de segurança, dimensionamento e proteção.
O passo a passo para se preparar para essa nova realidade
A instalação de pontos de recarga em condomínios exige planejamento, transparência e, acima de tudo, gestão inteligente. Veja os passos recomendados para garantir uma transição segura:
1. Faça um diagnóstico da infraestrutura elétrica
O primeiro passo é contratar uma empresa especializada ou engenheiro eletricista para avaliar a capacidade do sistema elétrico do prédio. Esse levantamento é fundamental para saber:
Se a instalação atual suporta novos pontos de recarga.
Qual a carga disponível e qual será o impacto da instalação.
Se é necessário fazer reforços ou adaptações (como troca de cabos, painéis ou transformadores).
Esse laudo técnico também ajuda a definir quantos pontos de recarga podem ser instalados inicialmente e de que forma (individual ou compartilhada).
2. Discuta o tema em assembleia
Mesmo que a iniciativa parta de um ou poucos moradores, é essencial que o tema seja levado à assembleia. A participação coletiva evita mal-entendidos, garante transparência e fortalece a gestão. Alguns pontos que podem ser debatidos:
Tipo de solução a ser adotada (individual ou compartilhada).
Responsabilidade pela instalação e manutenção.
Forma de cobrança da energia.
Custos para o condomínio (se houver) e para os condôminos usuários.
A aprovação depende do tipo de obra e impacto: se a instalação for em área comum e com custos compartilhados, pode exigir quórum qualificado. Já instalações particulares, em vagas de uso exclusivo, podem ser autorizadas com mais facilidade, desde que sigam as normas previstas no Art. 1.336 do Código Civil.

3. Defina o modelo de uso: individual ou coletivo?
Existem duas principais formas de adaptar o condomínio:
a) Carregadores individuais
Cada morador instala um carregador na sua vaga, arcando com os custos da instalação e da energia consumida. A medição pode ser feita de forma individual com medidores próprios, ou por soluções tecnológicas que calculam o consumo e repassam para a administradora fazer a cobrança.
Vantagens:
Mais autonomia para o morador.
Cobrança individual e transparente.
Não sobrecarrega a administração com a gestão do uso.
Desvantagens:
Nem todos os prédios têm infraestrutura para isso.
Pode haver limitações na quantidade de carregadores.
b) Carregador compartilhado
O condomínio instala um ou mais pontos de recarga em áreas comuns (como vagas de visitantes), e os moradores reservam horários para uso.
Vantagens:
Ideal para condomínios com poucos usuários iniciais.
Custo pode ser diluído e rateado.
Organização pode ser feita via aplicativo de reservas.
Desvantagens:
Exige gestão eficiente para evitar conflitos.
Pode não atender à demanda futura.
4. Conte com a tecnologia para facilitar
A boa notícia é que, com o apoio da tecnologia, tudo pode ser mais simples. Plataformas como o BRCondomínio oferecem recursos que ajudam nesse processo, como:
Sistema de reservas de recursos compartilhados, ideal para organizar o uso de carregadores coletivos.
Comunicados e enquetes, para ouvir os moradores sobre o tema e informar as decisões.
Livro de ocorrências, para registro de problemas ou sugestões relacionadas à recarga.
Cobrança personalizada, permitindo identificar usuários do carregador e gerar boletos específicos com o valor correspondente ao consumo.
Com o BRCondomínio, a gestão dessa nova demanda se integra de forma natural ao dia a dia do condomínio.

5. Estabeleça regras claras no regimento interno
Assim como existem regras para o uso do salão de festas ou piscina, o carregador de carro elétrico também deve ser normatizado. Alguns pontos a incluir:
Quem pode usar o ponto de recarga.
Como será feito o agendamento.
Tempo máximo de uso por veículo.
Penalidades para uso indevido ou ultrapassagem de tempo.
Essas regras garantem organização, equidade e evitam desgastes entre vizinhos.
Custos: quem paga?
Esse é um dos pontos mais delicados. Os custos podem variar bastante, dependendo da estrutura do prédio e do modelo de uso. Em linhas gerais:
Para carregadores individuais, o morador interessado costuma arcar com o custo da instalação e da energia.
Para carregadores coletivos, o custo pode ser rateado entre os interessados ou entre todos os condôminos, dependendo da aprovação em assembleia.
Vale lembrar que o investimento pode ser um diferencial valorizado pelos próprios moradores — e também por futuros compradores de unidades.
Segundo levantamento da Porto Seguro, 75% dos consumidores brasileiros consideram a recarga no condomínio um fator importante na hora de comprar um carro elétrico.
O futuro é elétrico — e colaborativo
Mais do que uma tendência, os carros elétricos são parte de um movimento global por mobilidade limpa e sustentável. Os condomínios que se adaptarem mais cedo a essa realidade estarão mais preparados para o futuro — e também mais valorizados.
Além disso, essa é uma oportunidade de fortalecer o senso de comunidade, com decisões coletivas e ações que promovem um bem comum. Ao adaptar a infraestrutura elétrica, os condomínios também promovem segurança, inovação e qualidade de vida.
E com plataformas como o BRCondomínio, essa jornada se torna mais simples, organizada e eficiente. Nossa solução está pronta para ajudar desde o início: com calendários para agendamento de uso, comunicados, enquetes, ocorrências, controle de gastos e muito mais.
Se o futuro está chegando de carro elétrico, o seu condomínio já pode estar na frente!
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