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Responsabilidade do síndico: Prevenindo acidentes e processos por objetos arremessados.

  • Foto do escritor: BRCondomínio
    BRCondomínio
  • 7 de ago.
  • 5 min de leitura

Pode não parecer, mas jogar ou deixar cair objetos pela janela é um problema bem comum em condomínios. E não, não é só uma questão de educação, isso afeta diretamente a segurança e a convivência entre os moradores. Muita gente acha que é algo inofensivo ou isolado, mas essa atitude pode causar acidentes sérios, danos materiais e até tragédias. Já houveram casos que acabaram na Justiça.


Por exemplo, no podcast O Síndico, foi relatado um caso curioso (e nojento): um morador teria jogado sacolas com cocô de cachorro pela janela. Imagina o transtorno para quem mora embaixo? Além do risco de sujar varandas e atingir alguém, ainda tem o desconforto, o constrangimento e a quebra total do bom senso. Nessas situações, o síndico acaba tendo que intervir e, dependendo da repercussão, o caso pode parar na Justiça.


Além do incômodo, essa prática tem implicações legais importantes. O condomínio e o síndico podem ser responsabilizados, inclusive criminalmente, dependendo da gravidade do caso.


A responsabilidade é clara: quem mora, responde!

O artigo 938 do Código Civil diz que o morador é responsável por qualquer coisa que cair da sua unidade, mesmo que sem intenção. Não precisa provar culpa: basta provar que o objeto veio dali e isso se chama responsabilidade objetiva. O objetivo da lei é simples: proteger terceiros e evitar comportamentos perigosos.


Ou seja, se algo cair da sua janela e atingir alguém ou causar prejuízo, você será responsabilizado. E se o caso envolver ferimentos ou morte, a situação pode virar um processo criminal.


E quando não dá pra saber de onde veio?

Agora, se ninguém conseguir identificar de qual apartamento caiu o objeto, o problema vira do condomínio. Sim, é isso mesmo. Segundo decisões do STJ (como no Recurso Especial nº 64.682), o condomínio pode ser obrigado a pagar a indenização à vítima nesses casos. Isso acontece porque entende-se que o condomínio deve ter algum tipo de controle ou fiscalização para evitar esse tipo de situação. Como não conseguiu evitar, ele se torna corresponsável.


Esse entendimento é baseado na chamada “teoria da guarda da coisa”. Em resumo: se o condomínio tem a responsabilidade de cuidar daquele espaço, ele também responde se algo der errado ali dentro.


Na prática, isso significa que o condomínio pode ter que arcar com o prejuízo e, se depois descobrir quem foi o culpado, entrar com uma ação para cobrar esse valor de volta.



Uma mão de uma pessoa de dentro de um apartamento joga um pedaço de papel amassado pela janela, ilustrando um ato que pode causar acidentes. O braço está estendido para fora da janela aberta, e o papel está no ar, caindo. A imagem é uma representação do problema de objetos sendo arremessados.
Ações como essa colocam a segurança em risco. Síndicos devem reforçar a proibição de jogar objetos pela janela.

Riscos reais e perigos negligenciados

Os gestores condominiais precisam entender que os riscos de objetos lançados de janelas vão muito além da teoria. Eles representam um perigo concreto e crescente nos condomínios brasileiros.


Pequenos objetos, grandes consequências

Uma bituca de cigarro pode parecer inofensiva, mas pode iniciar um incêndio se cair em material inflamável. Um parafuso pode danificar a pintura de um carro. Uma lata de refrigerante pode causar um corte sério em alguém que passa na calçada.


E nem falamos ainda de objetos maiores, como vasos, brinquedos ou ferramentas deixadas em parapeitos. A queda de objetos pesados de uma altura de 10 andares pode ser fatal. A física não perdoa: quanto maior a altura, maior a velocidade de impacto.


Danos materiais e morais

Além dos prejuízos materiais, esses incidentes geram danos morais: medo, insegurança, estresse e quebra da harmonia condominial. Também trazem desgastes à imagem do condomínio, dificultando a venda ou aluguel de unidades e afetando sua valorização.


Como o síndico deve agir? Prevenir, fiscalizar, educar e registrar

O síndico é o guardião da segurança e da boa convivência no condomínio. Sua ação frente a esse tema deve ser proativa e firme.


1. Atualização da convenção e do regimento interno

Tudo começa com regras claras. A convenção e o regimento interno devem conter dispositivos específicos proibindo lançamento de qualquer objeto por janelas e sacadas, estipulando penalidades que podem variar de advertência a multas elevadas.


Além disso, recomenda-se que o condomínio determine a obrigatoriedade de fixar vasos, floreiras e qualquer objeto em peitoris, evitando quedas acidentais.


2. Fiscalização ativa e uso de tecnologia

Instalar câmeras de segurança em pontos estratégicos pode ser uma solução preventiva e também de investigação, caso ocorram incidentes. Câmeras apontadas para fachadas e calçadas ajudam a identificar de qual andar um objeto pode ter vindo.


Sistemas de gestão condominial, como o BRCondomínio, permitem o registro e o acompanhamento de ocorrências, criando um histórico confiável que auxilia em medidas disciplinares e em ações legais, caso necessário.


3. Campanhas educativas permanentes

A educação é a chave para mudar comportamentos. Gestores devem investir em campanhas regulares que alertem os moradores sobre os riscos e as implicações legais de lançar objetos.


O uso de comunicados em murais, circulares, grupos de WhatsApp e o próprio app do condomínio é estratégico. Frases de impacto ajudam: "Um vaso na sacada pode virar um BO na delegacia" ou "Bituca no chão? Melhor no cinzeiro do que no boletim de ocorrência".


4. Reação rápida a incidentes

Em caso de queda de objeto, mesmo sem vítimas, o síndico deve registrar o fato, verificar as câmeras, ouvir testemunhas, coletar provas e aplicar as penalidades previstas. Se houver dúvia quanto à origem, é importante documentar a tentativa de apuração.


Se houver vítima, é fundamental prestar assistência, acionar o seguro do condomínio (se aplicável) e acompanhar juridicamente o caso.


5. Conhecimento da legislação local

Além das leis federais, como o Código Civil e Penal, síndicos devem conhecer o Código de Posturas de sua cidade. Em Uberlândia (MG), por exemplo, a Lei 10.741/2011 proíbe expressamente a colocação de vasos e objetos nas janelas que possam cair em vias públicas.


Desrespeitar essa norma pode gerar multas aplicadas pela prefeitura, além das consequências civis e penais.


Um menino em um apartamento chuta uma bola de futebol em direção a uma grande janela, que oferece vista para a cidade. A cena ilustra o potencial risco de acidentes com objetos em ambientes internos, que pode se tornar um problema para a segurança do condomínio e responsabilidade do síndico.
Brincadeiras perto de janelas são riscos potenciais. A prevenção de acidentes é responsabilidade de todos, orientada pelo síndico.

Implicações criminais: quando a responsabilidade ultrapassa o civil

Quando o lançamento de objetos causa ferimentos, entra em cena o Código Penal. A depender do caso, o responsável pode responder por:


  • Lesão corporal (Art. 129): quando há ferimento, mesmo que leve.


  • Homicídio culposo (Art. 121, §3): se o lançamento causar morte, ainda que sem intencionalidade.


  • Perigo para a vida ou saúde de outrem (Art. 132): quando o ato coloca terceiros em risco.


Esses crimes podem resultar em penas que vão de detenção a reclusão, além de multa. Por isso, é fundamental que o síndico trate o tema com a seriedade que merece.


Checklist prático para prevenir quedas de objetos no condomínio:

  1. Revisar e atualizar a convenção e o regimento interno com previsão de penalidades.


  2. Instalar câmeras nas fachadas e calçadas para auxiliar na fiscalização.


  3. Realizar campanhas educativas com regularidade.


  4. Utilizar ferramentas de gestão digital, como o BRCondomínio, para registrar e acompanhar ocorrências.


  5. Coletar provas e aplicar penalidades sempre que houver descumprimento das regras.


  6. Oferecer suporte jurídico para moradores e condôminos em caso de litígio.


  7. Exigir a fixação de objetos como vasos e floreiras em sacadas.


  8. Incentivar a instalação de redes de proteção em apartamentos com crianças ou animais.


O papel do BRCondomínio na segurança condominial

O BRCondomínio é uma plataforma completa para a gestão condominial, e pode ser um aliado importante na prevenção de riscos como a queda de objetos.


Com a ferramenta de registro de ocorrências, é possível documentar situações suspeitas, reunir provas e comunicar aos moradores de forma segura e organizada. A funcionalidade de comunicados e campanhas permite enviar alertas diretamente aos moradores.


A plataforma também auxilia na aplicação de advertências e multas, permitindo um controle disciplinar eficaz, com registros e relatórios acessíveis ao síndico e à administradora. Com o BRCondomínio, a gestão se torna mais profissional, preventiva e transparente, reduzindo o risco de litígios e aumentando a segurança coletiva.


Essa é a melhor hora para modernizar sua administração com o BRCondomínio. Fale com um consultor.

Gestores e síndicos não podem tratar o lançamento de objetos como um problema menor. É uma questão de responsabilidade legal, de segurança e de qualidade de vida para todos os moradores. Investir em prevenção, tecnologia, educação e ferramentas adequadas é uma forma de valorizar o condomínio e proteger vidas.


Com informação, organização e tecnologia, é possível manter o condomínio longe de riscos desnecessários.


E lembre-se: quando cada morador cuida do seu parapeito, o condomínio inteiro dorme mais tranquilo.







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